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Denúncia liga vereador e irmão a passeios ilegais em parque interditado há 20 anos

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O vereador Arquimedes Dias Pedrozo (PSB), de Nobres (a 124 km de Cuiabá), e seu irmão, Agostinho Dias Pedrozo, são alvos de denúncias por, supostamente, promover passeios turísticos irregulares à Cachoeira dos Namorados, localizada dentro do Parque Estadual da Gruta da Lagoa Azul, interditado há mais de 20 anos devido à degradação. As supostas invasões são apuradas pela Polícia Civil. Por meio de nota, o parlamentar negou que seja um dos investigados.

De acordo com a denúncia, encaminhada à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), ao qual o teve acesso, Arquimedes supostamente estaria fazendo “uso indevido de imagens” da Cachoeira dos Namorados para promover venda de pacotes turísticos. Além disso, o documento aponta que, na propriedade do vereador – de nome Casa de Temporada Flor da Serra -, há trilhas clandestinas que dão acesso à cachoeira.

Reprodução/Instagram

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Placa dentro da propriedade de Arquimedes, com indicação da trilha que leva a Cachoeria dos Namorados

Outro ponto elencado foi a construção de uma represa na propriedade do parlamentar, conhecida como “Banho da Princesa”, e de uma churrasqueira próxima da Cachoeira dos Namorados. 

“Assim sendo ambos [Arquimedes e Agostinho] conduzidos como corresponsáveis por danos ambientais causados no interior do Parque Estadual, bem como responsáveis por o acúmulo de lixo nas águas e margens da Cachoeira dos Namorados e construção de churrasqueira entre as pedras ao redor da cachoeira, situação ocasionada pela visitação desordenada de turistas ao local”, diz trecho da denúncia.

Já Agostinho é acusado de ser o responsável pelas vendas de pacotes de passeios para a Cachoeira dos Namorados, com refeições inclusas, que os turistas consumiriam na propriedade em que ele administra, chamada Rancho do Chapolin – apelido do próprio Agostinho. Além disso, a denúncia aponta que ele teria realizado “desmatamento e retirada de madeira ilegalmente no interior do Parque Estadual, construção de ponte, barraco e trilhas clandestinas”.

Reprodução

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Represa construída na propriedade Camping Flor da Serra

A denúncia ainda relata impactos ambientais como pisoteio da vegetação, “retirando a vegetação que protegia o solo carregando sedimento para o interior da gruta, trazida pelas águas das chuvas para o interior da gruta” e o acúmulo de lixo às margens da cachoeira devido à “visitação desordenada”.

Investigações

No dia 04 de março, os irmãos foram citados em um boletim de ocorrência, registrado pela Polícia Militar, sendo conduzidos pelos militares, que haviam flagrado 24 pessoas tomando banho na Cachoeira dos Namorados, dentro do parque. 

À época, uma das testemunhas relatou que comprou um pacote turístico de R$ 480 com um guia turístico, identificado pelas iniciais J.F.M., sendo que este afirmou ter solicitado a autorização de Agostinho para acessar a trilha, que, supostamente, passa pela propriedade dele, para seguirem à cachoeira. Ainda no registro policial, outra testemunha afirmou ter sido orientada pelo próprio vereador Arquimedes a seguir por uma trilha localizada nos fundos da propriedade dele, que levaria à Cachoeira dos Namorados.

Ao , a Polícia Civil confirmou, por meio de nota, que instaurou uma investigação preliminar na Delegacia de Nobres para apurar as denúncias de passeios irregulares no Parque Estadual da Gruta da Lagoa Azul.

“No início do mês de abril, um vereador foi conduzido à delegacia para prestar esclarecimentos sobre os fatos, ocasião em que foi ouvido e liberado pelo delegado plantonista, por não haver elementos de situação de flagrante”, diz trecho da nota.

Questionada sobre o andamento do caso, a Sema disse à reportagem que está apurando os fatos e, caso seja constatada a infração ambiental, “a Pasta irá tomar providências para autuação e responsabilização”.

Outro lado

A reportagem entrou em contato com o vereador Arquimedes, que alegou, por meio de nota, ser “mentirosa e leviana” qualquer informação de que haja investigação contra ele que esteja relacionada a “supostos passeios irregulares no Parque Estadual”, além disso, declarou que “não existe qualquer inquérito em andamento com esse teor”.

Sobre sua condução pela PM, o parlamentar disse que, no dia dos fatos, 24 pessoas foram ouvidas, incluindo o responsável pelo parque, “mesmo assim, estranhamente, todos os presentes foram liberados, exceto duas pessoas que apresentaram versões distintas: uma mencionou o nome de Agostinho e outra, de Arquimedes.

Reprodução/Montagem Rdnews

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À esquerda: o vereador Arquimedes Pedrozo na Cachoeira dos Namorados; à direita, Agostinho Pedrozo, conhecido pelo apelido de Chapolin

“Este vereador não estava presente no local dos fatos, tendo sido abordado de forma atípica em sua própria residência. A única testemunha direta reafirmou os fatos em meu favor, e o próprio delegado de polícia não identificou prática de crime”, diz trecho da nota.

O entrou em contato com Agostinho, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para manifestação.





Fonte: RDNews

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