CIDADES
Telas para crianças não substituem brincadeiras “reais”, afirma psicóloga

Os pais não devem temer a bagunça em casa causada por brincadeiras longe das telas. Pelo contrário, essa “sujeira” pode ser um sinal de um desenvolvimento infantil saudável e de conexões familiares mais fortes. Segundo a psicóloga especialista em Análise do Comportamento, Márcia Schroeter, inserir brincadeiras reais na rotina das crianças, além de reduzir a dependência de dispositivos eletrónicos, ajuda a desenvolver habilidades essenciais para a vida adulta.
Para isso, é possível estabelecer pequenas responsabilidades no dia a dia, como regar as plantas, alimentar os animais de estimação ou arrumar a cama, sempre respeitando a capacidade da criança.
Children’s Health
O uso de telas durante a infância e adolescência é cada vez mais comum, seja pela falta de informação dos pais ou por ser uma “solução rápida” para momentos de conflito. De acordo com uma pesquisa do Ministério da Saúde, em parceria com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, apontou que um terço das crianças do Brasil de até 5 anos ficam por mais de duas horas em telas diariamente. Os malefícios do excesso desses equipamentos – sejam celulares, televisões, tablets ou computadores – podem ser amenizados quando os pais se inserem na vida da criança e fabricam estímulos por meio de brincadeiras. Com isso, o pequeno adquire habilidades que serão importantes na fase adulta.
Muitas vezes, a utiliação precoce de equipamentos eletrônicos é associado ao costume, já que são aparelhos presentes no ambiente e foram inseridos no cotidiano pelos pais. Além disso, o cansaço pode levar os adultos a darem as telas para criança, já que eles ficam quietinhos e facilita a rotina dos pais.
Reprodução
Psicóloga especialista em Análise do Comportamento, Márcia Schroeter: pais não podem temer a sujeira na casa
Para a psicóloga Márcia Schroeter, muitos pais enxergam a saída dos problemas nas telas. Entretanto, os malefícios desse uso podem ser superados com um pouco de sujeira na casa e vontade de brincar.
“[Os pais] não devem ter medo de bagunça ou sujeira, pois quem tem criança em casa sabe que isso é inevitável. Por exemplo, é possível estabelecer uma rotina combinada junto com a criança para cada dia; inserir a criançada na rotina de casa, com atividades de independência pessoal, como colocar ração para o pet, regar as plantas, arrumar a cama, sempre respeitando o que a criança dá conta”, detalhou a especialista.
A partir disso, a criação desses estímulos pelos pais favorece o aprendizado e o torna mais rápido. “Esse é o desenvolvimento adequado. As conexões neuronais são formadas e uma maneira mais eficaz e tem afeto, o que faz ser muito melhor. Assim, a criança fica mais motivada para brincar e reduz as birras em razão do tempo de qualidade, porque ela não busca atenção de outras formas”, comenta Márcia.
Uma orientação clínica, segundo a psicóloga, é que os pais retirem as telas das crianças no início de uma intervenção. A partir disso, a equipe consegue conduzir o tratamento vendo se há um atraso por questões neurológicas, como um Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou se as telas são as responsáveis.
Consequências
Com o acesso às telas logo na infância, o cérebro da criança tende a se viciar nos estímulos instantâneos e se fecha para o treinamento de novas habilidades, as quais serão usadas na vida adulta. Para a psicóloga especialista em análise do comportamento, Márcia Schroeter, a produção desregulada dos hormônios dopamina – felicidade – e cortisol – regulador do estresse – impactam o desenvolvimento da criança em diversas áreas.
“A atenção é uma das funções mais prejudicadas, dificultando a criança na execução de atividades que exigem foco por períodos mais longos, como por exemplo a leitura ou tarefas escolares. A criança fica menos exposta a momentos que podem estimular habilidades, como brincar de massinha ou pintar com pincel, e, depois, tem dificuldades para aprender a escrever”, conta Márcia.
Além disso, o emocional também é prejudicado. A psicóloga explica que há uma parte do cérebro que funciona como um filtro, chamada controle inibitório, que impede o ser humano de fazer ações muito impulsivas – como choros e gritos. Quando esse mecanismo não é exposto a situações que favoreçam o seu fortalecimento, a criança pode ter níveis de estresse mais altos e ser mais agressiva.
O controle do uso das telas pelos pais, para Márcia, deve acontecer desde o berço, sem a exposição até os dois anos. Até completarem 18 anos, o Ministério da Saúde recomenda de duas a três horas por dia.
Para conseguirem, os pais devem arregaçar as mangas e se esforçarem nas brincadeiras para um desenvolvimento saudável.
“É preciso sentar no chão e brincar com elas. As brincadeiras de antigamente são boas aliadas para dar esse suporte aos pais, como: piquenique, pega-pega, esconde-esconde, cabaninha com cadeiras e lençol, inventar coreografias engraçadas, fazer experiências “mágicas”… são muitas as possibilidades”, finalizou a especialista.
-
CUIABÁ5 dias ago
9º Burger Fest MT reúne mais de 20 hamburguerias e promete atrações para toda a família em Cuiabá
-
POLÍTICA7 dias ago
Deputado filia no Republicanos e 1 apoiar Pivetta ao Governo de MT
-
POLÍCIA7 dias ago
Mulher tenta separar briga de casal e acaba morta com facada no pescoço em MT
-
SAÚDE4 dias ago
Campanha Maio Vermelho leva ações de prevenção ao câncer bucal ao Pedra 90
-
CIDADES7 dias ago
Delegado descarta existência de indústria da multa e defende radares: “Maior aliado”
-
MATO GROSSO7 dias ago
Orquestra CirandaMundo realiza a primeira apresentação da temporada artística de 2025 neste sábado (17)
-
POLÍCIA7 dias ago
Foragido da Justiça pelo crime de homicídio é preso pela Polícia Militar em Nova Maringá
-
CIDADES6 dias ago
Começa Hoje: ExpoNorte terá mais de 10 palestras sobre agricultura familiar; confira o cronograma