POLÍTICA

Saiba os detalhes do filme sobre Érika Hilton

Published

on


O filme “House of Hilton“, da diretora Chica Andrade, de 39 anos, é inspirado na infância e adolescência da deputada federal Erika Hilton (Psol-SP), de 32 anos, e tem previsão de lançamento para o início de 2026. Com financiamento 100% privado, é uma das primeiras produções do gênero a retratar a história de uma parlamentar brasileira.

Chica Andrade contou ao Poder360 que o propósito da cinebiografia é mostrar as dificuldades enfrentadas por pessoas trans na “pegada pop” característica da parlamentar. A ideia de produzir “House of Hilton” surgiu quando a cineasta filmava Hilton, na época vereadora, durante a CPI da Violência Contra Pessoas Trans e Travestis, instalada em setembro de 2021.

Desde então, a parceria entre Chica, que é travesti, e Hilton se firmou tanto no quesito pessoal quanto profissional. A diretora, que planejava um documentário sobre violências contra pessoas trans, registrou marcos importantes na história da parlamentar, como a vitória como deputada federal por São Paulo em 2022.

“Quando eu conheci a Erika, eu entendi que esse filme tinha que ser muito mais sobre ela, porque ela mostrava a minha comunidade pela 1ª vez vencendo na história. Porque a gente vem de perseguição, tortura, violências”, relembra. “Então era a 1ª vez que eu realmente via, não só na Erika, mas em todas as travestis e homens trans e transmasculinos que estão nesse momento em ascensão, vivendo uma nova época”, disse a diretora.

O ponto central da narrativa é o momento em que Hilton foi expulsa de casa pela família religiosa. O filme retrata ainda o tempo em que a jovem recorreu à prostituição para sobreviver. O nome “House of Hilton” foi escolhido por Chica por causa disso.

As “houses” ou casas abrigavam mulheres trans e travestis que praticavam a prostituição. Ao longo do tempo, o termo ganhou o significado de pertencimento ou família.

“Tinham as famílias de travestis, que era uma cafetina que pra você poder ir pra pista de prostituição. Era a única opção pra todas nós. Você costumava precisar ter o sobrenome de uma cafetina pra ela te proteger naquela avenida”, explicou a diretora. “Não vou romantizar, porque sempre foi duro. E a gente está falando de prostituição, violência, etc. Mas essas cafetinas, elas também funcionavam como matriarcas”, disse000.

Na cultura ballroom, o termo ganhou um novo significado. Se refere aos grupos que competiam em concursos de danças, desfiles e performances em festas para a comunidade negra e latina em Nova York a partir dos anos 1960. A palavra “house” não foi traduzida quando chegou ao Brasil.

“A noção expandida de família faz parte da história dos LGBTs. Nós somos expulsos do espaço de convívio e familiares. Então a gente cria as nossas próprias famílias”, conta Chica.[Erika Hilton] começa a usar o termo House of Hilton pra todas as pessoas que trabalham com ela desde o 1º mandato”.

Além do título inspirado no termo usado no ballroom, a narrativa cinebiografia da deputada federal casa com sua “essência pop“, nas palavras de Chica Andrade. Para a diretora, é importante retratar um dos maiores diferenciais de Erika Hilton, que é seu contraste com as figuras políticas tradicionais no Brasil.

Chica garante que o “filme pop” será direcionado a todos públicos. Como o lançamento será antes das eleições presidenciais de 2026, a diretora considera importante entregar uma produção que tenha impacto político diante de posicionamentos de setores conservadores.

A principal inspiração de Chica para produzir vem do Racionais MC’s. Ela afirma se inspirar e se identificar com as origens periféricas e com a linguagem do grupo de rap paulistano.

“Eu ouvi que era possível um artista [como os Racionais MC’s] influenciar uma geração por um caminho único, sem precisar pedir a benção dos velhos meios de comunicação e dos velhos montes de operar dentro da indústria fonográfica”, disse.

“O filme pretende mostrar para a sociedade quem somos, e não o que estão falando sobre nós. E o mais importante: explicar de uma vez por todas que não é minha entrada em um banheiro feminino, se eu tenho ou não direito de usar um pronome, ou seja lá o que for, que vai mudar a realidade das pessoas que passam fome e estão desempregadas”, afirma. “O filme é uma tarefa histórica. Porque a gente vai levar o pior cenário das eleições. E eu espero poder mostrar ele de um modo bastante positivo”.





Fonte: Só Notícias

Comentários
Continue Reading
Advertisement Enter ad code here

MATO GROSSO

Advertisement Enter ad code here

POLÍCIA

Advertisement Enter ad code here

CIDADES

Advertisement Enter ad code here

POLÍTICA

Advertisement Enter ad code here

SAÚDE

As mais lidas da semana